Bairros nunca tiveram o propósito de serem imutáveis
As mudanças nos bairros e nas cidades ao longo dos anos é natural e tentar impor restrições para elas é um equívoco.
Presente na construção dos centros históricos de muitas capitais brasileiras, a verticalização veio perdendo muito espaço ao longo das últimas décadas e passou a ser temida pelo planejamento das nossas cidades.
4 de novembro de 2020Para discutir a verticalização, recebemos Luis Henrique Bueno Villanova, arquiteto e urbanista pela Uniritter, pós-graduado em construções sustentáveis (UNICID/Green Building Council Brasil) e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Uniritter/Mackenzie e doutorando em arquitetura no PROPAR/UFRGS. Luis também é sócio e coordenador da equipe de Criação da Ideia1 Arquitetura e membro do Council on Tall Buildings and Urban Habitat e The Skyscraper Center.
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COMENTÁRIOS
Boa tarde.
Muito interessante o episódio, parabéns pelo diálogo. Gostaria de questionar sobre a visão do pedestre em uma via fortemente verticalizada, uma vez que, já existem estudos que comprovam o desconforto no deslocamento a pé, principalmente, em vias de gabarito pequeno. A sensação de “túnel” provocada pelas altas fachadas dos edifícios, em regiões densas das cidades, causa uma ruptura na escala do pedestre, logo, desestimulando as caminhadas.
Obrigada.
Boa tarde!
Bacana o podcast, porém tenho algumas considerações.
Não foi respondida a pergunta sobre as ilhas de calor, somente sobre sombreamento. Em alguns munícipios brasileiros existem códigos de obra ditados pelos grandes incorporadores, muitas vezes tornando as habitações insalubres. Quando isso soma-se à edificações altamente sombreadas, pode ser um grande problema.
No caso do impacto no trânsito, foi dito que nesses edifícios não há sequer a necessidade de construção de estacionamentos, porém, considerando um edifício de caráter comercial, geralmente os empreendedores lançam mão dos estacionamentos para atrair mais clientes, o que pode gerar grande impacto no entorno. Como lidar com isso?
Parabéns a todos pelos trabalhos.
Olá Filipe, Obrigado pelo comentário.
Sobre as ilhas de calor, de fato, elas acontecem nestes centros urbanos densos. Estudos demonstram que pode aumentar de 1 a 3 graus em comparação as zonas rurais. Este problema poderia ser muito bem mitigado pelas fachadas das próprias edificações. Vegetação na fachada, seria uma das soluções. Mas é, sim, uma consequência em se morar em áreas adensadas. Estudos, também, demonstram que para o meio-ambiente como um todo esses pontos concentrados de pessoas são mais benéficos que uma cidade espraiada pois no adensamento há a possibilidade de preservar mais o ambiente natural em volta do que se fosse espalhada essa concentração.
No caso do impacto de trânsito é que não necessariamente as edificações em altura precisam ter inúmeras vagas de garagem como acontece aqui, no Brasil. Muito isso acontece por causa do nosso transporte público precário, é claro. Mas muito da precariedade do nosso transporte é devido as longas jornadas ocasionada pela baixa densidade das regiões centrais de nossas cidades. Edificações densas e concentradas facilitariam tanto no deslocamento a pé ou bicicleta, como nos gastos com transporte público. Sendo assim, provavelmente se morássemos mais concentrados não haveria tanta demanda para vagas de garagens nos empreendimentos, o que geraria menos transtornos no entorno.
Um abraço.