Os episódios mais ouvidos de 2024
Confira quais foram os episódios mais ouvidos do podcast Caos Planejado em 2024.
Por mais que o Juscelino Kubitschek sonhasse em ver todos os brasileiros dentro de um carro, sempre vai ter gente andando de ônibus.
9 de novembro de 2014“Em muitas cidades o desmantelamento das redes de bondes foi um erro, que levou à diminuição da qualidade do transporte público.” — Vukan Vuchic
Por mais que o Juscelino Kubitschek sonhasse em ver todos os brasileiros dentro de um carro, sempre vai ter gente andando de ônibus.
A humanidade se deixa levar cegamente pelas novas tecnologias. Muitos acham que os problemas vão se resolver com mais e mais tecnologia: a poluição, a ineficiência espacial e energética dos automóveis, a insegurança rodoviária, etc. Basta meia-dúzia de sensores aqui e ali, todos conectados e está tudo resolvido. Nosso comportamento não precisa mudar em absolutamente nada, a tecnologia vai nos salvar.
Essa crença, a salvação pela tecnologia, no entanto é válida, eu não sou Ludista e também acredito que uma nova invenção/produto/serviço definitivamente pode fazer melhor e mais barato que a invenção anterior. É a inevitável Destruição Criativa. O Anthony Ling explica o conceito:
“O conceito de destruição criativa normalmente é usado como referência a um processo de mercado onde inovações surgem por um processo natural de aumento da eficiência provocado pela concorrência.”
É importante notar que a destruição criativa substitui (quase) totalmente uma tecnologia antiga por outra mais nova. Um bom exemplo é a evolução dos sistemas de armazenamento de dados, passando pelo disquete, CD, pendrive, etc.
Mas até que ponto a destruição criativa pode ser aplicada nos transportes? Até que ponto uma nova tecnologia (automóvel) substitui uma antiga (bicicleta)?
A verdade é que a destruição criativa não funciona nos transportes exatamente como nas outras indústrias. O metrô de Londres tem 150 anos e ainda é uma parte fulcral da rede de transportes daquela cidade, sem ele a cidade simplesmente não funciona! E esta diferença não foi claramente percebida em alguns países, levando a crer que o automóvel era definitivamente a melhor tecnologia e invariavelmente, mais cedo ou mais tarde, iria substituir todas as outras: ônibus, bonde, trem, metrô, bicicleta, a pé, etc.
Tal confusão levou a que se tomassem decisões erradas e se gastasse muito dinheiro forçando a escolha de um modal que, supostamente, era mais “avançado” que os outros. Hoje vemos que as coisas não são bem assim. Talvez essa falta de entendimento não existiu em Zurique, Viena ou mesmo Hong Kong, onde os governos perceberam que não valia a pena “forçar” a nova tecnologia (automóvel) e desprezar a antiga (bondes), pois sempre iria haver alguma demanda pelo sistema antigo, entre eles a caminhada, o mais antigo de todos!
Essa falta de percepção porém não aconteceu em outras indústrias. A construção civil é um bom exemplo: Apesar de ser uma indústria cada vez mais mecanizada, ferramentas simples e antigas como a colher de pedreiro ou profissões como o pedreiro em si ainda são necessárias. Os construtores e empreendedores imobiliários perceberam muito bem que alguns serviços e produtos são melhor executados recorrendo a tecnologias mais tradicionais.
Diferente de outras indústrias onde uma nova tecnologia substitui outra, nos transportes urbanos isso é pouco provável. A humanidade não é nômade, as cidades não mudam de lugar, elas expandem e comprimem mas os centros urbanos permanecem, não mudam de posição geográfica. Por mais rápido e cômodo que o automóvel seja para nos levar longe, sempre vai existir alguma demanda de viagens de metrô ou ônibus, mesmo o transporte ferroviário sendo uma tecnologia com mais de 100 anos!
Mesmo surgindo uma nova tecnologia, um veículo mais rápido e confortável, a demanda de um sistema antigo não vai simplesmente desaparecer. Nunca vai haver uma substituição completa de um sistema pelo outro, talvez só com tele-transporte.
Somos um projeto sem fins lucrativos com o objetivo de trazer o debate qualificado sobre urbanismo e cidades para um público abrangente. Assim, acreditamos que todo conteúdo que produzimos deve ser gratuito e acessível para todos.
Em um momento de crise para publicações que priorizam a qualidade da informação, contamos com a sua ajuda para continuar produzindo conteúdos independentes, livres de vieses políticos ou interesses comerciais.
Gosta do nosso trabalho? Seja um apoiador do Caos Planejado e nos ajude a levar este debate a um número ainda maior de pessoas e a promover cidades mais acessíveis, humanas, diversas e dinâmicas.
Quero apoiarConfira quais foram os episódios mais ouvidos do podcast Caos Planejado em 2024.
Entre as mais de 150 colunas publicadas em 2024, confira quais se destacaram!
Confira nossa conversa com a urbanista Eduarda Aun sobre a Global Designing Cities Initiative (GDCI) e como desenhar cidades para crianças.
O Caos Planejado encerra 2024 com muito a comemorar. Confira quais foram os artigos mais acessados do ano!
Condições climáticas quentes podem desestimular os moradores da cidade a pedalarem. Conheça abordagens inspiradoras de cidades que promovem o ciclismo, apesar dos obstáculos enfrentados.
Saiba como participar! Inscrições abertas até o dia 10 de fevereiro.
O famoso BRT de Curitiba serviu como referência para outras cidades do mundo, mas também teve que enfrentar desafios e atualizações ao longo dos anos.
Conheça a estratégia que visa incentivar o movimento e a atividade física no cotidiano das pessoas por meio do planejamento do espaço urbano.
A redução do congestionamento não é o argumento mais convincente para a implantação de uma infraestrutura para bicicletas, mas existem muitas razões para construí-las.
Excelente reportagem acho que voces merecem ser encontrados para que prestigiem o trabalho de voces irei recomendar a meus amigos jornalistas obrigado pelo privilegio Great information I recommend to my fellow journalists your work to publicize more ok
SexGratis
Parabéns pela postagem, irei recomendar para nossa redação fazer uma matéria sobre seu site. Ótima
Gabriela Suporte ao cliente Alugar para Temporada
Acessando pela primeira vez, lendo o primeiro artigo, e já posso afirmar que tem muita singularidade nesse blog.
Ma ra vi lha! Em um mundo com tanto plural, ser singular e encontrar um singular é ótimo!
Obrigada por compartilhar conhecimento 🙂
Fernanda Araujo – Swing
Analista de programação Swing no jornal do povo
Cada vez mais a tecnologia agindo.
Adriano Santos, Apaixonado por tecnologia e profissional na área de Impressão UV, São Paulo – SP
‘Tal confusão levou a que se tomassem decisões erradas e se gastasse muito dinheiro forçando a escolha de um modal que, supostamente, era mais “avançado” que os outros.’
E esta escolha e imposição de modais não cessa jamais.
Parabéns excelente texto. Seu site já está nos meus favoritos, irei recomendar para a redação do
jornal para uma pauta, gostei muito.
Fernanda Amalisedin Swing
Analista de programação e Rede social de Swing no jornal do povo