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Os planos e regulações urbanas no Brasil atualmente estabelecem zoneamento para diferentes atividades na cidade. Muitas regiões residenciais mantêm essa característica não pela ausência de demanda por atividades comerciais, culturais ou até mesmo industriais de pequeno porte dentro da região, mas por existirem regulamentações que impedem que tais atividades se estabeleçam. Em outros casos, atividades comerciais existem em tais regiões, mas não são formalmente reconhecidas pelas prefeituras, como ocorreu com dois bairros de São Paulo. O conjunto habitacional Cidade Tiradentes, um dos maiores da América do Sul e que estava classificado como Zona Especial de Interesse Social, buscava alteração para Zona Mista de Interesse Social, possibilitando a formalização de um comércio já existente. Já a região do Jardins, zoneada como Zona Estritamente Residencial, sofre pressão dos moradores para, ao contrário do que ocorre em Cidade Tiradentes, impedir a formalização do comércio na revisão do novo Plano Diretor.
O zoneamento que define usos específicos para diversas áreas da cidade surgiu como uma resposta à cidade industrial que era considerada “precária” e “bagunçada” por diversos expoentes do planejamento urbano na virada do século XIX para o século XX. Desejava-se colocar ordem na ocupação urbana, separando o uso residencial dos usos comercial e industrial, a fim de promover a necessária “higienização” das áreas em que as pessoas moravam, relegando as externalidades negativas dos outros usos às áreas destinadas especificamente para eles.
Tais ideias moldaram paradigmas de planejamento que levaram o conceito de zoneamento ao extremo e influenciaram fortemente o planejamento urbano brasileiro. O primeiro deles, a cidade-jardim, idealizava o desenvolvimento de bairros-cidade residenciais de baixa densidade conectados a um grande centro urbano. A cidade moderna do arquiteto urbanista Le Corbusier propunha imensos blocos habitacionais separados entre si, imaginando que a área pública entre eles poderia ser amplamente usada para atividades recreativas. Ambos os modelos pregavam a exclusividade de zonas residenciais e foram aplicados em diversos contextos do planejamento urbano global. A cidade-jardim norteou, por exemplo, o desenvolvimento urbano norte-americano, ilustrado pelos infinitos subúrbios horizontais, e bairros planejados no Brasil. Já as ideias de Le Corbusier foram modelo para Brasília, que ergueu imensos blocos nas superquadras residenciais.
Faz-se necessário, portanto, eliminar as restrições de uso associadas ao zoneamento para gerar bairros diversificados, com comércios e serviços que atendam à demanda das residências, promovendo, como consequência, vitalidade nas ruas adjacentes.
As consequências de tal planejamento são vazios de baixa densidade demográfica, sem a necessária provisão de comércios e serviços para atender a esses bairros, que dependem de bairros adjacentes. Assim, apesar de existir forte demanda por esses serviços, as legislações municipais não permitem a instalação de atividades comerciais. Os bairros, então, tornam-se monofuncionais, com ruas vazias, inseguras e que incentivam o uso desenfreado do automóvel para acesso às necessidades mais básicas, como uma ida à padaria ou à farmácia.
Faz-se necessário, portanto, eliminar as restrições de uso associadas ao zoneamento para gerar bairros diversificados, com comércios e serviços que atendam à demanda das residências, promovendo, como consequência, vitalidade nas ruas adjacentes. A conexão social que Jane Jacobs chamou de “balé da rua” exige a valorização do conhecimento local de comerciantes e moradores para responder adequadamente às demandas da cidade, sempre num ambiente com diversidade de usos e tipologias.
Tal eliminação não restringe em nível municipal a construção de loteamentos ou condomínios planejados monofuncionais para atender à demanda da população. A coordenação para viabilizar tal resultado urbano deve ocorrer em nível privado e local, entre condôminos e proprietários que busquem características específicas.
Nas cidades dinâmicas, o preço e a acessibilidade de cada terreno são mecanismos naturais de zoneamento de atividades. Altos valores imobiliários e ruas estreitas, por exemplo, impedem a implementação de atividades que exigem uso intensivo de área e acessibilidade à redes logísticas, como grandes centros de distribuição e atividades industriais intensivas.
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Sou arquiteta há 27 anos, moro e trabalho em uma cidade bem pequena no interior de SP, e nas cidades da região, por ser um assunto do qual sempre gostei, ao longo da minha carreira tive que criar oportunidades de trabalhar com urbanismo, através de parcerias com algumas prefeituras (nunca fui funcionária pública), na elaboração de (3)Planos Diretores e (2)Leis de Zoneamentos, e o que tenho visto nestas experiências é que, infelizmente, na maioria das cidades pequenas ainda não há um departamento de planejamento urbano, outros técnicos (advogados, engenheiros) resolvem ou definem situações urbanas conforme as necessidades surgem, há muita politicagem na resolução de tudo. Hoje estamos revisando um Plano diretor que fizemos há 13 anos atrás, e algumas situações sugeridas e regulamentadas na época, hoje estão funcionando muito bem, e outras nem foram regulamentadas, por não haver continuidade no processo de planejamento; nas leis de zoneamentos, temos usado este princípio de mesclar as atividades “não incômodas”, para evitar áreas de uso exclusivo, na prática tem dado certo apesar de muitas críticas …. é difícil convencer funcionários públicos e vereadores …
Sou completamente favorável a esta ideia! Outra coisa que acho desatualizado frente as necessidades de hoje, e que possui relação com o zoneamento urbano, é a questão da área mínima de lote e emissão de escritura. Grande parte da população que mais precisa tem este grande entrave para promover sua regularização fundiária. Este ponto, junto com a configuração de zoneamento e demais elementos de regulação urbana estão desencontrados das necessidades que nos deparamos atualmente.
Sou favorável, vejo que por traz de qualquer Situação que envolve essas questões e regulamentação, no mundo capitalista onde são centralizados poderes individuais,onde a população torna se um detalhe, vivemos em uma situação sem voz, apoio os pesquisadores que na crítica construtiva e silenciosa. Leva as consciências, o entendimento que tudo que aco tece em um país é de interesse de todos,é uma gota no oceano mas termina surgindo efeito que surge das cinsas dos pensadodore ativos.
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Sou arquiteta há 27 anos, moro e trabalho em uma cidade bem pequena no interior de SP, e nas cidades da região, por ser um assunto do qual sempre gostei, ao longo da minha carreira tive que criar oportunidades de trabalhar com urbanismo, através de parcerias com algumas prefeituras (nunca fui funcionária pública), na elaboração de (3)Planos Diretores e (2)Leis de Zoneamentos, e o que tenho visto nestas experiências é que, infelizmente, na maioria das cidades pequenas ainda não há um departamento de planejamento urbano, outros técnicos (advogados, engenheiros) resolvem ou definem situações urbanas conforme as necessidades surgem, há muita politicagem na resolução de tudo. Hoje estamos revisando um Plano diretor que fizemos há 13 anos atrás, e algumas situações sugeridas e regulamentadas na época, hoje estão funcionando muito bem, e outras nem foram regulamentadas, por não haver continuidade no processo de planejamento; nas leis de zoneamentos, temos usado este princípio de mesclar as atividades “não incômodas”, para evitar áreas de uso exclusivo, na prática tem dado certo apesar de muitas críticas …. é difícil convencer funcionários públicos e vereadores …
Sou completamente favorável a esta ideia! Outra coisa que acho desatualizado frente as necessidades de hoje, e que possui relação com o zoneamento urbano, é a questão da área mínima de lote e emissão de escritura. Grande parte da população que mais precisa tem este grande entrave para promover sua regularização fundiária. Este ponto, junto com a configuração de zoneamento e demais elementos de regulação urbana estão desencontrados das necessidades que nos deparamos atualmente.
Sou favorável, vejo que por traz de qualquer Situação que envolve essas questões e regulamentação, no mundo capitalista onde são centralizados poderes individuais,onde a população torna se um detalhe, vivemos em uma situação sem voz, apoio os pesquisadores que na crítica construtiva e silenciosa. Leva as consciências, o entendimento que tudo que aco tece em um país é de interesse de todos,é uma gota no oceano mas termina surgindo efeito que surge das cinsas dos pensadodore ativos.