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O Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, é o exemplo clássico das tristes consequências não intencionadas da determinação do tombamento de um imóvel: a determinação de que ele é patrimônio histórico do governo e não mais de total controle dos proprietários. Ao limitar as possibilidades de alteração do imóvel e obrigar o proprietário a executar reformas não quando tem condições, mas quando é determinado pelos técnicos de patrimônio, cria-se uma situação de insegurança financeira para os donos e de destruição de criatividade para reformar o imóvel de forma inovadora. Alguns consultores jurídicos inclusive recomendam a destruição de imóveis históricos antes de serem tombados, para evitar incômodos dos proprietários.
Este é o triste destino de um tombamento.
Século XVIII
Início da construção.
Anos 20
Casal Bittencourt compra casas 20, 26, 28 e 30.
1928–1941
Reformas com participação de Lúcio Costa e Gregori Warchavchik.
Anos 70
Reformas.
1979
Cenário para “007 Contra o Foguete da Morte”.
1986
Declarado área de proteção cultura do Cosme Velho.
1990
Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural.
“Ela [proprietária] morava na Europa e quando voltou para cá encontrou o Largo do Boticário repleto de prostitutas, carros roubados. A primeira providência dela foi contratar quatro seguranças de uma empresa particular. Depois viu que não adiantava gastar dinheiro para manter um ponto turístico sem receber ajuda.”
Invasores cantam hino da Internacional Comunista. Prefeito logo assina decreto tornando casas de utilidade pública para desapropriação. Sem sucesso.
“Sybil exige que o comprador leve as quatro casas juntas e pede que ele invista no ambiente cultural.Possíveis compradores se interessam pelos imóveis, mas esbarram nas exigências de preservar o local completamente, sem derrubar nada, mantendo as fachadas, mesmo internamente. Além disso, a legislação do bairro não permite que casarões tenham outro uso que não a moradia de uma família.” — O Globo, 2012.
2013
Eduardo Paes desapropria imóvel, que é vendido para rede hoteleira.
Filha do casal Bittencourt, Sybil, com 86 anos, ainda habitava a casa 28.
Hoje
Na cidade do Rio de Janeiro, 31 imóveis tombados já apresentam risco de desabamento. Em São Paulo, 40% dos 1813 imóveis tombados estão abandonados e na capital mineira, 30% dos 700 imóveis.
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Nem tudo o que é prometido em termos de infraestrutura e serviços acaba sendo entregue pelas intervenções. Já a sensação de segurança, endereçada indiretamente pelas obras, pode aumentar, apesar de os problemas ligados à criminalidade persistirem nas comunidades.
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Uma série de semelhanças entre a capital paulista e a guatemalteca, como a violência e a desigualdade social, levou ambas a um polêmico ranking de cidades mais feias do mundo. A coincidência me pareceu um convite para compararmos dois “bairros planejados” dessas cidades: o Jardim das Perdizes, em São Paulo, e Cayalá, na Cidade da Guatemala.
É com muita tristeza que eu vejo a destruição do nosso passado. Sou cearense de Fortaleza, artista plástico. Quando estive no Rio, fui visitar o Largo do Boticário e fiquei maravilhado, pois adoro. Quando olhei essas fotos, fique revoltado com a quase destruição dos casarões. O mau do nosso país são os políticos que enganam o nosso povo com falsas promessas.
É com muita tristeza que eu vejo a destruição do nosso passado. Sou cearense de Fortaleza, artista plástico. Quando estive no Rio, fui visitar o Largo do Boticário e fiquei maravilhado, pois adoro. Quando olhei essas fotos, fique revoltado com a quase destruição dos casarões. O mau do nosso país são os políticos que enganam o nosso povo com falsas promessas.