Uma breve história das cidades-satélites de Brasília
O desenvolvimento urbano da capital foi muito além do Plano Piloto, mesmo antes de sua inauguração.
O Santa Fe Institute é o líder mundial no estudo de sistemas complexos. Nos últimos anos as cidades, aglomerações de humanos, são prioridade na sua pesquisa.
7 de abril de 2014Liderado pelo físico Geoffrey West, sua pesquisa mostra que cidades são ambientes extremamente complexos, mas que algumas características podem ser compreendidas matematicamente.
“Uma das metáforas que têm sido usadas consistentemente é a de comparar cidades a organismos. Ouvimos com frequência frases como o ‘metabolismo de cidades’, o ‘DNA do mercado’ ou até mesmo a ‘ecologia do sistema urbano’ etc. Então surge a pergunta se isto é apenas uma metáfora, ou se há algo sério, substância na afirmação.”
Escalabilidade é olhar para como as propriedades de um sistema variam com seu tamanho. Em biologia vemos que quanto maior você é, menos você ganha per capita, menos energia per capita etc. Então há uma economia de escala. Associado à isso há uma desaceleração do ritmo da vida: você vive mais, as coisas demoram mais para acontecer, corações batem mais devagar etc. Em cidades vemos o comportamento contrário.
A medida que cidades aumentam vemos um aumento sistemático em produtos socioeconômicos. Você vê que a criação de riqueza é mais rápida, a inovação é mais rápida. Todas as coisas associadas à interação social aumentam da mesma forma, e esse aumento pode ser expressado de forma muito simples: se você dobra o tamanho da cidade você ganha aproximadamente 15% de aumento em salários, riqueza, inovação e também os efeitos negativos que você ganha ao morar em uma cidade.
Neste sentido você pode ver o que é uma cidade: uma cidade é uma concentração de pessoas, com infraestrutura que permite que você possa simplesmente concentrar interações eficientemente em termos de número de interações por unidade de tempo, encolhendo tempo e encolhendo espaço para que você essencialmente crie um acelerador social, um acelerador de concentração de atividade humana.”
Somos um projeto sem fins lucrativos com o objetivo de trazer o debate qualificado sobre urbanismo e cidades para um público abrangente. Assim, acreditamos que todo conteúdo que produzimos deve ser gratuito e acessível para todos.
Em um momento de crise para publicações que priorizam a qualidade da informação, contamos com a sua ajuda para continuar produzindo conteúdos independentes, livres de vieses políticos ou interesses comerciais.
Gosta do nosso trabalho? Seja um apoiador do Caos Planejado e nos ajude a levar este debate a um número ainda maior de pessoas e a promover cidades mais acessíveis, humanas, diversas e dinâmicas.
Quero apoiarO desenvolvimento urbano da capital foi muito além do Plano Piloto, mesmo antes de sua inauguração.
A inteligência artificial já transforma o planejamento urbano no mundo. Mas será que cidades brasileiras estão preparadas para essa revolução? Entre potencial e desafios, o uso de IA pode tornar as cidades mais eficientes ou ampliar desigualdades. A decisão sobre seu futuro começa agora.
Confira nossa conversa com o médico Paulo Saldiva sobre como a vida urbana, a mobilidade e a poluição afetam a saúde das pessoas.
Os diferentes métodos para calcular a densidade de pessoas morando em uma determinada área podem tornar difícil o entendimento desse conceito.
Se hoje o Brasil começasse a urbanizar uma favela por semana, demoraríamos 230 anos para integrar todas as favelas e comunidades às nossas cidades. 230 anos. Ou seja, teríamos de aguardar nove gerações. Por isso, precisamos falar com urgência de soluções transitórias.
O processo de licenciamento ambiental, necessário para a aprovação de projetos nas cidades brasileiras, apresenta diversos entraves na prática.
A mudança recente na forma como o IBGE chama as favelas reflete as transformações ao longo do tempo nesses lugares e vai ao encontro de investigações acadêmicas que apontam o fortalecimento do empreendedorismo.
Iniciado em 1970, o processo de favelização na cidade de Guarulhos foi marcado por processos de migração, ações de retirada de barracos e lutas de resistência.
O domínio de facções no Brasil revela a falência do Estado e a precariedade do urbanismo formal. Transporte, serviços e espaços públicos são moldados por regras paralelas, expondo a exclusão e a desigualdade, enquanto soluções urgentes para a dignidade urbana são necessárias.
COMENTÁRIOS