Uma breve história das cidades-satélites de Brasília
O desenvolvimento urbano da capital foi muito além do Plano Piloto, mesmo antes de sua inauguração.
MIT Media Lab está desenvolvendo as mais avançadas tecnologias de planejamento de transporte — usando LEGO.
3 de novembro de 2015Quem já participou de reuniões públicas sobre novas linhas de metrô, alterações na rede de ônibus ou projetos viários em geral sabe muito bem como as coisas funcionam: meia dúzia de técnicos da prefeitura sentados à frente de uma platéia entediada falando sobre a nova linha de metrô. No fim, 15 minutos para perguntas acabam se transformando em uma hora de discussão e confusão generalizada, onde nada se resolve. A participação pública fica apenas no nome pois dificilmente o projeto é alterado tendo em conta as preocupações da população. Como mudar isso? O grupo Changing Places do MIT Media Lab e o Mobility Futures Collaborative talvez tenham a solução: um planejamento de transporte realmente participativo que envolve associações de bairro, softwares de transportes que calculam indicadores diversos (tempos de viagem, lugares de estacionamento, custos de investimento e operação, tempo do ônibus parado, fluxo de bicicletas, extensão das faixas de ônbius, etc.) de acordo com os cenários propostos e… Lego!
O projeto “New interactive tools for participatory transit planning”, patrocinado pela Barr Foundation e gerido pelo Professor Christopher Zegras e pelo aluno de doutorado Anson Stewart, trouxe ao bairro de Roxbury em Boston, no Roxbury Innovation Center com participação da Nuestra Comunidad, três “ferramentas” interativas que exploram três diferentes escalas de impactos:
Focado num cruzamento importante de Boston, esta ferramenta explora os tradeoffs quando se melhora a linha de ônibus normal com soluções BRT. Por exemplo: como o design da estação impacta a performance do ônibus? O que acontece quando você coloca um corredor central de ônibus ao invés de uma faixa lateral? Essa ferramenta utiliza a ferramenta CityScope associada ao software de microssimulação de tráfego SUMO.
Focado na área em torno do terminal de ônibus “Dudley Square”, um dos mais importantes hubs do sistema de transporte de Boston onde 15 mil pessoas embarcam em ônibus todos os dias. Nesta escala é possível explorar novas linhas de ônibus e entender como elas afetam o bairro e o sistema de transporte em geral. Essa ferramenta utiliza a ferramenta CityScope associada ao software de microssimulação de tráfego SUMO.
Focado na Grande Boston, esta ferramenta explora o impacto de novas linhas de ônibus com diversas configurações, tais como: alterações na frequência, melhoramento das estações e medidas de preferência ao transporte público. Algumas questões que esta ferramenta pode receber: Como estas novas linhas melhoram o acesso aos empregos e aos destinos na grande Boston? Qual seria o impacto nos tempos de viagem? Essa ferramenta utiliza o software CoAXs construído sobre a plataforma Conveyal e Open Trip Planner.
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A inteligência artificial já transforma o planejamento urbano no mundo. Mas será que cidades brasileiras estão preparadas para essa revolução? Entre potencial e desafios, o uso de IA pode tornar as cidades mais eficientes ou ampliar desigualdades. A decisão sobre seu futuro começa agora.
Confira nossa conversa com o médico Paulo Saldiva sobre como a vida urbana, a mobilidade e a poluição afetam a saúde das pessoas.
Os diferentes métodos para calcular a densidade de pessoas morando em uma determinada área podem tornar difícil o entendimento desse conceito.
Se hoje o Brasil começasse a urbanizar uma favela por semana, demoraríamos 230 anos para integrar todas as favelas e comunidades às nossas cidades. 230 anos. Ou seja, teríamos de aguardar nove gerações. Por isso, precisamos falar com urgência de soluções transitórias.
O processo de licenciamento ambiental, necessário para a aprovação de projetos nas cidades brasileiras, apresenta diversos entraves na prática.
A mudança recente na forma como o IBGE chama as favelas reflete as transformações ao longo do tempo nesses lugares e vai ao encontro de investigações acadêmicas que apontam o fortalecimento do empreendedorismo.
Iniciado em 1970, o processo de favelização na cidade de Guarulhos foi marcado por processos de migração, ações de retirada de barracos e lutas de resistência.
O domínio de facções no Brasil revela a falência do Estado e a precariedade do urbanismo formal. Transporte, serviços e espaços públicos são moldados por regras paralelas, expondo a exclusão e a desigualdade, enquanto soluções urgentes para a dignidade urbana são necessárias.
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