Os melhores arranha-céus de 2023

10 de janeiro de 2024

O ano de 2023 já passou, mas não por isso deixaria de mostrar quais são os melhores arranha-céus do ano recém passado, segundo o Council on Tall Buildings and Urban Habitat – CTBUH.

Anualmente, o CTBUH realiza conferências internacionais onde são apresentadas pesquisas e cases e é discutido o futuro das edificações em altura. Nesses encontros, além das apresentações, é realizada a premiação “The Best Tall Building Award”, em que edifícios altos são premiados por contribuírem para o ambiente urbano e avanços tecnológicos para o desenvolvimento da tipologia.

Na última conferência realizada em Singapura e Kuala Lumpur em outubro de 2023, foram apresentados dez edifícios escolhidos nas seguintes categorias: o melhor do mundo; o melhor dos continentes Américas, Ásia, Europa, Oriente Médio e África, Oceania; o melhor abaixo de 100m de altura; entre 100 e 199m de altura; entre 200 e 299m de altura; 300 e 399m de altura; 400m de altura ou acima; além do reconhecimento especial.

O grande vencedor do ano de 2023 foi o Quay Quarter Tower, em Sidney, dos arquitetos dinamarqueses 3XN, com a premiação principal de “Melhor do Mundo” e de “Melhor da Oceania”. Como já havia comentado em coluna anterior, o arranha-céu de 210m de altura e 52 pavimentos é uma “reciclagem” do edifício da década de 1970 até então existente no local.

Outro arranha-céu vencedor de duas categorias foi o CapitaSpring de 276m de altura e 51 pavimentos, em Singapura. A edificação em altura, projeto dos escritórios de arquitetura BIG e Carlo Ratti, ganhou os prêmios de “Melhor da Ásia” e “Melhor entre 200 a 299m de Altura”. Este arranha-céu de salas comerciais e hotel busca atender demandas contemporâneas do trabalho e lazer, introduzindo jardins verticais em andares intermediários no corpo do edifício, possíveis de serem vistos no design orgânico da fachada.

Também do escritório BIG e com o intuito de criar novos ambientes de trabalho, The Spiral, em Nova York, foi o vencedor do prêmio “Melhor entre 300 e 399m de Altura”. Em forma de espiral ao longo da volumetria, o arranha-céu possui terraços para lazer e pavimentos diferenciados que interligam os espaços de escritório.

O “Super Alto”, o Guangxi China Resources Tower, em Nanning, ficou com o prêmio “Melhor 400m de altura ou acima”. A torre de 402m de altura e 86 pavimentos, assim como o CapitaSpring, também é destinada a hotel em determinados andares e nos demais, escritórios.

Mudando completamente de escala, duas outras edificações ainda em altura, porém bastante mais baixas que as demais, ficaram com os prêmios “Melhor das Américas” e “Melhor da Europa”. São elas, respectivamente: Laboratórios de Engenharia da Pontifícia Universidade de Javeriana, em Bogotá, com 74m de altura e 15 pavimentos, e o Hotel Sara Kulturhus, em Skelleftea, Suécia, com 72,8m de altura e 20 pavimento, com uma estrutura de aço e madeira.

Da mesma forma, está o vencedor da categoria “O Melhor abaixo de 100m de altura” que ficou com um complexo de edifícios em Amsterdam. O Valley, como é conhecido, do escritório MVRDV, é formado por três edifícios de 100, 80 e 67m de altura com usos de moradia e trabalho. Sua volumetria é instigante, ao ponto de, para rua, ter fachadas sóbrias em pele de vidro e, para dentro do lote, uma desconstrução do volume, que lembra um vale entre montanhas, formando terraços para os apartamentos.

Também na Europa, a categoria “O Melhor entre 100 a 199m de Altura” ficou com o Lighthouse 2.0, dos arquitetos 3XN, de 142m de altura e 44 pavimentos, em Aarhus, na Dinamarca. Como o próprio nome diz, é localizado em um antigo dique do velho porto, destacando-se a volumetria esbelta da torre perante aos edifícios mais baixos do entorno, tornando-a como um farol de “boas-vindas” para a cidade.

Para o “Melhor do Oriente Médio e África”, o escolhido foi o Atlantis The Royal Resort localizado em uma das ilhas artificiais de Dubai. O enorme edifício foi projetado pelo escritório KPF e possui 375m de extensão, além de 178m de altura e 46 pavimentos. Sua volumetria é composta de trinta edificações “empilhadas” sobre uma base formando seu peculiar formato.

Por fim, o prêmio de “Reconhecimento Especial” ficou com as torres DJI Sky City, em Shenzhen, China. São duas edificações de 213 e 195 metros de altura para o uso de escritórios e laboratórios de uma empresa especializada em tecnologia de drones. O interessante do complexo de duas torres são os imensos balanços suportados por um núcleo central e estrutura em aço formando treliças.

Um balanço pode ser feito dessas premiações que apontam para o futuro da tipologia. O primeiro ponto observado é que os escritórios dinamarqueses 3XN e BIG ganharam duas categorias cada, vencendo escritórios especializados em arranha-céus como KPF e Foster and Partnes. Este último ficou de fora da lista do ano de 2023. 

Outro ponto a ser levado em conta: três edificações em altura premiadas estão na Europa, ficando atrás apenas das quatro localizadas na Ásia. Seria uma tendência no velho continente?

Apenas uma edificação ganhou prêmio nos EUA, um dos países que mais constrói edifícios altos, e apareceu, surpreendentemente, uma edificação na Colômbia. Acredito que o primeiro prêmio para América do Sul.

E a pergunta que não quer calar: com o boom em construção em altura no Brasil, principalmente no litoral de Santa Catarina, quando um arranha-céu brasileiro levará algum prêmio? Deixo para vocês refletirem.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Caos Planejado.

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