O Rio Grande do Norte e Natal no ranking de competitividade dos estados e municípios

O Rio Grande do Norte é o 23.º estado mais competitivo do Brasil e um dos menos competitivos do Nordeste (atrás apenas da Bahia). É o que diz o Ranking de Competitividade dos Estados divulgado nesta quarta-feira (23/08), que indica ainda que o RN só é menos competitivo que o Acre, o Amapá e Roraima. 

Elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Tendências Consultoria e a startup Seall, o ranking analisa 410 municípios com mais de 80 mil habitantes nas cinco regiões do Brasil, utilizando 65 indicadores distribuídos em 13 pilares temáticos e três dimensões-chave para aprimorar a competitividade e a gestão pública municipal no país.

O RN obteve a pior nota em solidez fiscal, ocupando a 26.º posição, atrás apenas do Rio Grande do Sul (que não pontuou e recebeu nota nula). Foram consideradas as taxas de investimentos, a regra de ouro, a solvência fiscal, o sucesso do planejamento orçamentário, a dependência fiscal, o resultado primário, o gasto com pessoal, o índice de liquidez e a poupança corrente. 

O mau resultado se estendeu ainda ao Potencial de Mercado (21.º posição) e à Sustentabilidade Ambiental (23.º posição). A falta de incentivos ao desenvolvimento econômico no estado, aliada às dificuldades no licenciamento ambiental — que não se traduz em mais sustentabilidade — podem indicar fatores relevantes nesse resultado pífio para o RN. Os dados assustam por revelar a fragilidade do RN em três frentes fundamentais: meio ambiente, economia e administração pública.

Apesar disso, há o que comemorar, pois há conquistas em aspectos de grande importância, tendo sido alcançadas em Inovação (10.º posição), em Infraestrutura (11.º posição), Sustentabilidade Social (13.º posição), Capital Humano (16.º posição) e Segurança Pública (17.º posição).

No saldo geral, o estado caiu três posições em relação ao ranking do ano anterior: da 20.º para a 23.º. Considerando-se a sua condição de estado nordestino relativamente pobre em relação ao Sudeste e ao Centro-Oeste brasileiros, estes números indicam que a situação é grave, mas que o Rio Grande do Norte apresenta potencial para contornar seus desafios! 

A respeito de desafios e potenciais, o mesmo Ranking de Competitividade, ao examinar os municípios, ofereceu elementos para pensar em Natal/RN e sua condição face às demais cidades brasileiras. A capital obteve a 227.º colocação geral no país, descendo 22 posições em relação a 2022.

Há um grande destaque positivo: Natal subiu 94 posições em meio ambiente, a segurança (257.º), a sustentabilidade fiscal (276.º) e o acesso à educação (345.º) melhoraram 71 posições. Porém saneamento (280.º), a qualidade da educação (387.º) e o acesso à saúde (299.º) desceram 71 posições em relação ao ano anterior. 

Já a segurança (257.º), a sustentabilidade fiscal (276.º) e o acesso à educação (345.º) melhoraram 71 posições no mesmo período, embora a cidade permaneça mal posicionada nestes aspectos do ranking. São aspectos-chave nos quais os tomadores de decisão talvez devessem focar suas atenções!

Está claro que o estado enfrenta problemas que afligem o país como um todo: dificuldades de acesso e qualidade insuficiente da educação, da saúde e da segurança públicas. Também se revela preocupante o manejo do meio ambiente e, junto a ele, do saneamento, cuja ausência produz efeitos deletérios à saúde humana e não humana. E tudo isso parece ter fortíssima correlação com o mau funcionamento da máquina pública e a cambaleante sustentabilidade fiscal do estado. 

Difícil? Sim! Mas o recado está dado e o caminho a percorrer está claro. First things first, diz o adágio estadunidense que podemos tomar emprestado. Temos agora a lista atualizada de nossos problemas. Hora de listar as soluções e agir de acordo. Vamos?

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Caos Planejado.