O que as candidatas podem fazer para se comprometer com a mobilidade ativa nas cidades?

10 de setembro de 2024

Carta compromisso propõe 6 metas e ações para serem incluídas nos planos de governo, com o objetivo de promover cidades sustentáveis, antirracistas e seguras para caminhar.

No dia 6 de outubro, teremos o primeiro turno das eleições municipais, um momento importante para escolhermos quem vai trabalhar por cidades mais democráticas, justas, seguras e que priorizem as pessoas e o meio ambiente.

Investir na mobilidade ativa — caminhar e andar de bicicleta — é uma solução simples e eficaz para combater as mudanças climáticas, e isso é particularmente importante em um país como o Brasil, onde 39% dos deslocamentos nas cidades são feitos exclusivamente a pé. Nas periferias, esse número é ainda maior, refletindo como o caminhar é uma necessidade diária, e não apenas uma opção. Apesar disso, não existe nenhuma dotação orçamentária específica para a mobilidade ativa no Brasil. 

Foi pensando nisso que, junto à organização Perifa Sustentável, o Instituto Caminhabilidade criou uma carta compromisso destinada às candidaturas à prefeitura e à vereança de todo o Brasil que propõe 6 metas e ações para serem incluídas nos planos de governo:

  • 1) Desenvolver políticas de adaptação climática antirracistas;
  • 2) Adotar medidas de prioridade para pedestres;
  • 3) Implementar políticas de proximidade, como as Cidades de 15 Minutos;
  • 4) Ampliar o acesso a transporte público de qualidade;
  • 5) Destinar orçamento para projetos que melhorem a caminhabilidade e o uso de bicicletas, especialmente nas periferias;
  • 6) Promover a participação da cidadania com foco em pessoas negras, indígenas, quilombolas, periféricas, mulheres e crianças.

Na carta, apontamos algumas das principais medidas para alcançar cada um desses compromissos. Entre elas, está a criação de ruas compartilhadas e abertas, principalmente nas periferias, onde as calçadas são mais estreitas, apesar de serem os locais onde as pessoas frequentemente ocupam as ruas para conviver, brincar e socializar. Para isso, é fundamental que esses espaços sejam seguros, livres do risco de atropelamentos e que tenham infraestrutura acessível e uniforme.

Também propomos a criação de um setor dedicado à mobilidade a pé dentro da Secretaria de Mobilidade. Embora seja um tema transversal que envolve diversas áreas, a ausência de um setor específico reflete a falta de prioridade e a dificuldade em realizar projetos mais eficazes e abrangentes.

Além disso, sugerimos o desenvolvimento de mapeamentos de equipamentos e planos participativos para os bairros, com foco no desenvolvimento territorial, entendendo que as soluções devem ser construídas com a participação das comunidades locais.

Outra ação importante é o investimento em parques lineares ao longo de córregos e avenidas nas periferias, promovendo o acesso a áreas verdes e espaços públicos de qualidade. Como as opções de lazer em áreas periféricas são limitadas, criar e melhorar o acesso ao verde e à água permite que os moradores usufruam dos benefícios de um ambiente urbano mais saudável, sem depender de transporte motorizado, transformando espaços antes dedicados a carros em áreas para as pessoas.

Para conhecer todos os pontos da carta compromisso e se engajar na sua implementação, acesse o LINK. Encaminhe para as suas candidatas e cobre delas um compromisso real com cidades mais justas, seguras e sustentáveis!

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Caos Planejado.

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Organização liderada por mulheres, movida pela urgência de alcançar a equidade de gênero e enfrentar a crise climática, desenvolve cidades caminháveis com o protagonismo da cidadania. ([email protected])
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