Fortaleza agora é a maior economia do Nordeste. O que aprender com isso?
5 de outubro de 2023Fortaleza hoje é a cidade nordestina com o maior Produto Interno Bruto (PIB). É, portanto, a maior economia municipal da região Nordeste. O PIB da capital atingiu em 2020 a marca de R$65,16 bi, o que corresponde a 39,04% do PIB cearense.
Consideradas apenas as capitais nacionais, Fortaleza é a 8.ª mais rica; se incluídas todas as cidades, é a 11.ª mais rica. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), e são referentes ao ano de 2020.

Alguns detalhes na análise do PIB cearense chamam a atenção. Fortaleza alcançou a primeira colocação entre as capitais do Nordeste pela primeira vez em 2018 ao superar Salvador (BA), e desde então se manteve na liderança econômica da região. Em 2020, o valor nominal do PIB Fortalezense foi 9,55% maior que o de Salvador (2.º maior da região NE) e 22,79% maior que o de Recife (3.º maior). A vantagem da metrópole cearense é expressiva!
O IBGE produziu ainda uma caracterização setorial da economia fortalezense em 2020. A capital extrai 68,42% do PIB através do Setor de Serviços (que inclui o comércio), 17,64% do Setor de Administração Pública, 13,75% do Setor Industrial e apenas 0,19% da Agropecuária.
De fato, a cidade é um importante entreposto comercial para todo o Nordeste brasileiro, destacando-se ainda pelo setor têxtil e de confecção (nas indústrias e nos serviços), pelo turismo e, mais recentemente, pelo setor de tecnologia da informação e da comunicação, tendo atraído nos últimos anos um número crescente de empresas do setor e criado importantes parques tecnológicos e incubadoras de startups.

Mas e Natal e as outras capitais do Nordeste, o que podem aprender com o desenvolvimento fortalezense?
Primeiro, é importante conhecer o caminho das pedras. Conforme mencionamos, Fortaleza têm mostrado esforço para diversificar sua economia para além de setores tradicionais como o têxtil e a indústria de confecções, buscando dinamizar-se através de hubs de tecnologia e de inovação.
Os governos locais têm investido ainda em infraestruturas; em incentivos ao turismo; no apoio/facilitação de negócios e do empreendedorismo; em educação (desde o ensino básico) e capacitação profissional para setores de ponta, como energias renováveis e tecnologias da informação.
Natal, minha cidade, não precisa fazer tão diferente: é grande o potencial para a geração de energias renováveis e para a formação de mão de obra qualificada. O Ceará fornece já o melhor exemplo nacional de política estadual de educação.
O turismo, que já é o motor principal da economia potiguar, pode ser fortalecido e incentivado via aperfeiçoamento das infraestruturas e do turismo sustentável — quer de base empresarial, quer de base comunitária, quer de forma inovadora conciliando ambas. As tecnologias da informação e da comunicação vieram para ficar e são uma aposta sólida para o presente e para o futuro.
Sustentabilidade, tecnologia e educação parecem ser as palavras-chave para o desenvolvimento econômico nas próximas décadas. A cooperação entre Estado e iniciativa privada em todos os setores também mostra resultados positivos. E você deve estar pensando agora mesmo em outros exemplos do que fazer e/ou deixar de fazer, não é!?
O Brasil infelizmente não está no seu melhor momento; mas é preciso que mantenhamos os olhos naquilo que vem dando certo. Nem tudo vai mal. O Nordeste tem futuro, Natal tem futuro. Trabalhemos em direção a ele!
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Caos Planejado.