A infraestrutura verde refere-se à rede de elementos naturais e semi-naturais dentro das áreas urbanas que funcionam harmoniosamente com a infraestrutura construída para melhorar a sustentabilidade ambiental e o bem-estar social. Abrange parques, espaços verdes, florestas urbanas, zonas úmidas, telhados verdes, pavimentos permeáveis entre outros.
Para Cecília Herzog (2010) a infraestrutura verde, bem planejada, implementada e monitorada pode se constituir no suporte para a resiliência das cidades. Pode ser um meio de adaptar e regenerar o tecido urbano de modo a torná-lo resiliente aos impactos causados pelas mudanças climáticas, preparar para uma economia de baixo carbono e reduzir a vulnerabilidade da ocorrência de catástrofes naturais. Igualmente, aumenta a capacidade de resposta e recuperação a eventos climáticos, propicia mudança das fontes de energias poluentes ou de alto custo para fontes renováveis, promove a produção de alimentos perto da fonte consumidora, além de melhorar a saúde dos seus habitantes ao possibilitar transportes ativos como caminhada e bicicleta.
Principais princípios:
• Conectividade (de população, de circulação, de meio biótico, etc);
• Relação com o entorno (considera as atividades, funções, dinâmicas preexistentes e é planejada para melhor desempenho destas);
• Embasada no planejamento urbano ambiental — considera as aptidões e capacidades do solo (capacidade de absorção, em especial) buscando sempre melhorá-las;
• Tanto conserva quanto desenvolve o meio urbano (conserva os aspectos naturais e desenvolve os aspectos antrópicos);
• Deve ser planejada junto ao desenvolvimento urbano;
• Beneficiar os meios natural e antrópico;
• Considera os atores envolvidos no processo de produção do espaço urbano;
• Requer um comprometimento a longo prazo.
Alguns exemplos:
1. Florestas Urbanas: As florestas urbanas consistem em árvores e vegetação estrategicamente plantadas em áreas urbanas que ajudam a mitigar o efeito de ilha de calor urbana, melhoram a qualidade do ar, reduzem o escoamento de águas pluviais e fornecem sombra e habitat para a população.
2. Telhados e Paredes Verdes: Melhoram a eficiência energética dos edificações, reduzem o escoamento de águas pluviais, melhoram a qualidade do ar e fornecem espaços verdes em áreas densamente povoadas.
3. Jardins de chuva e biovaletas: Capturam e filtram o escoamento de águas pluviais, reduzindo a pressão sobre os sistemas de esgoto e melhorando a qualidade da água.
4. Pavimentos Permeáveis: São projetados para permitir que a água da chuva se infiltre através da superfície e no solo. Eles ajudam a prevenir o escoamento, a reabastecer as águas subterrâneas e a reduzir o risco de inundações.
5. Corredores Verdes e Zonas Ribeirinhas: Os corredores verdes são espaços verdes lineares que conectam diferentes áreas de vegetação, promovendo o movimento da vida selvagem e a biodiversidade. As zonas ribeirinhas são áreas com vegetação ao longo de rios e riachos que fornecem controle de enchentes, filtragem de água e habitat para espécies aquáticas.
Compreende-se que a infraestrutura verde pode ser considerada como concepção sustentável para subsidiar a elaboração de planos de drenagem urbana nas cidades brasileiras, especialmente em favelas e parques, como elemento urbanístico multifuncional para a estruturação da paisagem, contribuindo assim para o gerenciamento das águas pluviais, absorvendo e filtrando a água da chuva, reduzindo a carga sobre os sistemas de drenagem e minimizando o risco de inundações, bem como, para lazer, recreação e qualidade do espaço urbano.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Caos Planejado.