Verticalização Sustentável: Desmistificando Vetos e Desenvolvendo uma São Paulo Mais Verde e Inovadora

25 de janeiro de 2024

Na última sexta-feira, 19 de janeiro, a decisão do Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, de vetar o aumento da altura de prédios nos miolos de bairros representa uma visão que compromete potenciais avanços no desenvolvimento urbano da cidade. Ao recusar uma medida que permitiria elevar a altura dos edifícios de 28 metros para 42 metros, aproximadamente 12 andares, o prefeito ignora oportunidades de otimizar o espaço urbano de forma sustentável.

A proposta original, aprovada na Câmara Municipal, visava permitir prédios mais altos em regiões afastadas de estações de trem, metrô e corredores de ônibus. Utilizando o exemplo de um terreno de 2.100 m², sob as regras atuais, uma construtora poderia erguer duas torres de oito andares. Com a nova proposta, a construção seria permitida com uma única torre de 12 andares, proporcionando benefícios como a ampliação das áreas verdes no terreno e mais espaço para a circulação de vento.

Contrariando o mito de que verticalizar implica necessariamente em um adensamento desordenado, a medida proposta buscava uma utilização mais eficiente do espaço disponível. Ao concentrar a construção em uma única torre, a proposta favorecia a preservação de áreas verdes e promovia uma melhor circulação de ventilação, contribuindo para a qualidade de vida urbana.

Ao vetar essa iniciativa, o prefeito compromete não apenas a capacidade de otimizar o espaço, mas também a possibilidade de criação de ambientes mais sustentáveis e agradáveis. Contrariamente à ideia de que a verticalização automaticamente resulta em uma menor quantidade de áreas verdes, a proposta poderia conciliar o crescimento urbano com a preservação do meio ambiente.

Em vez de abraçar uma abordagem que promova o desenvolvimento urbano sustentável, o veto do prefeito sugere uma visão restritiva que pode contribuir para a manutenção de padrões urbanos desatualizados. É crucial reconhecer que a busca por soluções inovadoras, como a proposta vetada, é essencial para enfrentar os desafios urbanos contemporâneos e construir cidades mais eficientes, equitativas e agradáveis para seus habitantes.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Caos Planejado.

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Arquiteta e urbansita, especialista em Gestão de Projetos e mestre em arquitetura pela UFRN. Atualmente é sócia da PSA Arquitetura em São Paulo e da PYPA Urbanismo & Desenvolvimento Urbano em Natal-RN. ([email protected])
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